terça-feira, 15 de setembro de 2009

Critérios de Duke para diagnóstico de endocardite infecciosa



Descrevo aqui os critérios de Duke modificados para endocardite infecciosa, que tem 95% de especificidade e valor preditivo negativo de 92%. 
Também posto link para diretriz da American Heart Association para o tratamento da endocardite, conforme agente etiológico.

Diretriz da American Heart Association: 

CRITÉRIOS DE DUKE MODIFICADOS PARA O DIAGNÓSTICO DE ENDOCARDITE INFECCIOSA (EI)

São necessários para o diagnóstico:

a) 2 critérios maiores ou
b) 1 critério maior e 3 menores ou
c) 5 critérios menores

Critérios maiores

1. Isolamento dos agentes típicos de EI em duas hemoculturas distintas, sem foco primário:
Streptococcus viridans, Streptococcus bovis, grupo HACEK, Staphylococcus aureus ou bacteremia por enterococo adquirido na comunidade;

2. Microorganismo compatível com EI isolado em hemoculturas persistentemente positivas;

3. Única cultura ou sorologia positiva (IgG > 1:800) para Coxiella burnetii  

4. Nova regurgitação valvar (Aparecimento de sopro ou mudança de sopro pré-existente não é suficiente);

5. Ecocardiograma com evidências de endocardite (há 3 possíveis achados ecocardiográficos: massa intracardíaca oscilante ecogênica em sítio de lesão endocárdica, abscesso perivalvar e nova deiscência em valva prostética)


Critérios menores

1. Fator predisponente para EI (uso de drogas injetáveis ou doença cardiovascular predisponente - lista abaixo)
2. Febre > 38 graus C
3. Fenômenos vasculares (exceto petéquias e outras hemorragias)
4. Fenômenos imunológicos (presença de fator reumatóide, glomerulonefrite, nódulo de Osler ou manchas de Roth)
5. Hemocultura positiva que não preencha critérios maiores ou evidência sorológica de infecção ativa (exclui-se hemocultura única positiva para estafilococo coagulase-negativo ou para microorganismo que raramente cause endocardite)


Condições cardiovasculares de risco para endocardite:

ALTO RISCO: 
Valvas protéticas
Endocardite bacteriana prévia
Doença congenita cianótica
Shunts Sistêmico-pulmonares construídos cirurgicamente (Ex: Blalock-Taussig - correção de Tetralogia de Fallot)
Ducto arterioso patente
Regurgitação Aórtica
Estenose Aórtica
Regurgitação Mitral
Dupla lesão mitral
Comunicações interventriculares
Coarctação da aorta
Lesões intracardíacas reparadas cirurgicamente, que tenham anormalidade hemodinâmica residual

RISCO INTERMEDIÁRIO

Prolapso da valva Mitral, com regurgitação
Estenose mitral pura
Doença valvar tricuspide
Estenose pulmonar
Hipertrofia Septal assimétrica
Aorta bicuspide ou esclerose com calcificação aórtica, com anormalidades hemodinâmicas mínimas
Doença valvar degenerativa do idoso
Lesão intracardiaca com reparo cirurgico há menos de 6 meses, mesmo sem alterações hemodinamicas residuais.

RISCO BAIXO OU NENHUM

Prolapso da valva Mitral, sem regurgitação
Regurgitação valvar mínima (ex: escape mitral) sem anormalidade estrutural visivel ao ECO
Defeitos do septo atrial isolados (fossa oval)
Doença coronariana
Placas ateroscleróticas
Marca passos e desfibriladores automáticos implantados
Cirurgia de revascularização miocardica prévia
Correção cirúrgica com mais de 6 meses de lesão intra cardiaca, com mínima ou nenhuma alteração hemodinâmica residual.
Passado de Doença de Kawasaki ou Doença Reumática sem comprometimento valvar.