sábado, 20 de junho de 2009

Antibioticoterapia em infeções por Pseudomonas aeruginosa




A Pseudomonas aeruginosa é um bacilo aeróbico gram negativo que se encontra entre os mais temidos dos agentes etiológicos nos hospitais: é frequente em pacientes imunocomprometidos e causa geralmente infecções nosocomiais graves, de rápida evolução para óbito, se não rapidamente tratadas, com comum resistência aos antibióticos comuns.

Princípios do tratamento da P. aeruginosa:
a) Quanto mais demorar, maior a mortalidade.
b) Todos os cateteres infectados devem ser removidos e, sempre que possível, qualquer abscesso ou obstrução deve ser drenado/corrigido cirurgicamente.
c) Terapia combinada é indicada em pacientes de alto risco e em infecções graves.

Escolha do antibiótico:

Um número limitado de antimicrobianos tem atividade confiável contra P. aeruginosa, incluindo os seguintes:
- Penicilinas anti-pseudomonas (ticarcilina e piperacilina)
- Penicilinas associadas a inibidor de beta-lactamase (ticarcilina/clavulanato ou piperacilina/tazobactam)
- Cefalosporinas de terceira geração (ceftazidima e cefoperazona)
- Cefalosporinas de quarta geração (cefepime)
- Monobactâmicos (aztreonam)
- Carbapenêmicos (imipenem e meropenem)
- Fluoroquinolonas (ciprofloxacina)

Aminoglicosídeos (amicacina, gentamicina e tobramicina) geralmente são usados em associação com outros antibióticos.

Posologia: administração intravenosa, na maior parte dos casos, pela gravidade das infecções.
(Tais informações provém das apresentações americanas - fonte: UpToDate.com)

- Ticarcilina 3g EV 4/4h.
- Piperacilina 4g EV 4/4h.
- Ticarcilina/clavulanato 3,1g EV 4/4h
- Piperacilina/tazobactam 4,5g EV 8/8h ou 3,375g EV 6/6h
- Ceftazidima (Fortaz) 2g EV 8/8h
- Cefoperazona 2g EV 12/12h
- Cefepime 2g EV 12/12h
- Aztreonam 2g EV 8/8h
- Ciprofloxacina 400 mg EV 8/8h
- Imipenem 500 mg EV 6/6h
- Meropenem 1g EV 8/8h

Devido à maior tendência à resistência, reservar o uso dos carbapenêmicos para infecções por P. aeruginosa multirresistente ou infecções polimicrobianas.

No caso de neutropenia febril, o Prof. Herlon Saraiva Martins, no Curso Nacional de Emergências Clínicas da FM-USP, recomenda cobrir Pseudomonas com esquema abaixo, com a associação de macrolídeos: